Nenhuma agência de lançamento deveria investir em tráfego junto com o expert
Eu acho que nenhuma agência de lançamento deveria investir em tráfego junto com o expert.
Bem, exceto em alguns casos em que eu vou explicar mais pra frente.
Pensa comigo: se você é uma agência de marketing especializada em lançamentos, você tem um contrato com esse expert que é um contrato de prestação de serviço. Ou deveria, pelo menos.
Nesse contrato estará descrito quais os serviços que você vai prestar: social media, gestão de tráfego, design, copy, páginas, etc e o prazo de duração (dois anos, por exemplo).
Agora pensa comigo: como eu sempre falo, vamos considerar ao invés de "expert", uma escola digital.
Nesse cenário, por que raios uma agência deveria investir pra construir um canal que não é dela?
Você vai pegar uma grana e empatar no projeto pra dali dois anos ou menos o especialista encerrar o contrato (ou a própria agência) e agência não ser dona desse ativo.
O expert continua lá com uma porrada de seguidores, públicos, alunos e tudo o que foi construído ao longo desse tempo e que contou com o tráfego pago como combustível.
E olha só: ele construiu isso tudo com metade da grana que ele precisaria ter (isso numa negociação 50–50).
Ou seja, a agência tirou dinheiro de dentro de casa, investiu e quando o contrato acaba ela fica sem participação nesse canal.
Isso não faz o menor sentido.
O que a agência deveria fazer é cobrar o preço pelo trabalho dela. E quem faz o investimento é o especialista, afinal a escola no caso é dele.
A agência com um contratinho de dois anos não pode achar que é dona da parada. Porque não é.
Assim, quem deve fazer o investimento na empresa dele é o próprio especialista. A agência gerencia aquela grana. Se está no escopo gestão de tráfego, ela gerencia aquele dinheiro.
Como em um e-commerce. Nenhuma agência de e-commerce bota dinheiro do bolso pra vender uma bicicleta. A empresa tem o dinheiro dela e a agência vai lá e administra aquela verba.
Mas eu falei ali em cima que em alguns casos a agência pode investir junto.
O primeiro é o caso de você ser dono do negócio, ou seja, sócio do especialista.
Aí nesse caso você não tem um contrato de prestação de serviços ou de parceria, você tem um acordo de sócios e um contrato social. Vocês dividem um CNPJ.
Aí tudo bem. E no fim o dinheiro que vai ser colocado não é nem pra tráfego, mas pra empresa.
Em um primeiro momento reúne-se um capital social pra fazer o kickoff do projeto, depois pode ser aportado mais dinheiro. Normal.
O segundo caso é o de você ser uma agência, o expert precisa de grana e você empresta o dinheiro pra ele. Então você está tirando dinheiro do teu caixa, dos seus projetos, da tua empresa, deixando de investir na tua empresa pra investir na dele. Assim, ele tem que te remunerar por esse dinheiro.
Ou seja, tem que pagar um juros e te remunerar por este empréstimo que você está fazendo pra que ele invista na empresa dele.
Esses seriam os dois casos em que eu acho que faz sentido uma agência aportar em tráfego. Fora isso não. Fora isso o investimento é do especialista e ponto final.
A agência presta um serviço e é paga por isso.
O expert não tem grana pra investir? Busca um sócio capitalizado como em qualquer negócio. Faz um empréstimo. Começa sozinho.
E se você é agência, não dá esse mole não. O nosso mercado inventou uns modelos malucos e se tu for na onda acaba se enroscando.
Se você é expert, bora começar direito. Uma parceria que começa errado atrasa a sua jornada.
Fez sentido essa conversa?
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Mateus Rabello
Founder @ ZUCK Ventures